domingo, 3 de agosto de 2008

Além Convento...IV

Uma aldeia saloia, faz de conta...

Por volta de 1945 José Franco (Sobreiro-1920), oleiro de profissão, decide que poderia, nas horas vagas, construir ao pé da casa em que vive e da sua oficina, um museu vivo da sua terra, uma espécie de um grande presépio, que reproduzisse os costumes e actividades laborais do tempo da sua infância. E assim, dia a dia, a sua obra foi nascendo e crescendo.
Num espaço que tem cerca de 2500 m2, construiu um conjunto de elementos considerados fundamentais na vida do campo:

- O moinho de vento para moer o trigo;
- A cozinha rural onde é oferecida a todos os visitantes uma canequinha de vinho «moscatel»;
- A capelinha dedicada a Santo António;
- A azenha movida a água para moer o milho;
- A oficina de carpintaria com utensílios do fim do século passado;
- A «loja da ti Helena» ou mercearia;
- A cozinha saloia, em cujo forno aquecido a lenha, diariamente se coze o pão da região, que os visitantes podem adquirir no local;- A oficina de ferrador de cavalos;
- A adega do vinho com toda a sua utensilagem e medidas de barro;
- As cadeiras do barbeiro e dentista;
- A casa do lavrador com o quarto e a salinha de estar e, à porta, o banco de pedra onde se sentam os namorados;
- E a escola da aldeia.

No Sobreiro, local a visitar, numa passagem entre Mafra e a Ericeira.

2 comentários:

Joaquim Moedas Duarte disse...

Sempre que posso paro lá no Sobreiro, admiro a obra do José Franco.

Entretanto chegou-me aos ouvidos que ele, já velhote, foi "afastado" pelos familiares, que exploram a aldeia saloia como se fosse um arraial. A verdade é que aquilo está a degradar-se e não vejo obras de beneficiação.
Será mesmo assim?
Obrigado pela divulgação! Abraço saloio!

Elsa Martinho disse...

Méon,
também já ouvi essa versão, creio que o existe algo sim.
Estive à pouco tempo com o "Mestre" que está a fazer (apesar da idade) alguns trabalhos na velha adega (piso inferior), que me pareceu bastante desanimado com o rumo que a sua Aldeia está a ter, enfim, o comércio dito "fácil" por vezes leva a exageros, e perdem-se valores que jamais são recuperados.

Um abraço mafrense:)